Início das operações em terminal localizado em Paulínia está previsto para outubro
O Terminal de Combustíveis de Paulínia (SP), administrado pela Opla, uma joint-venture entre a Copersucar e a BP, será interligado por dutos ao sistema ferroviário da Rumo. O projeto depende apenas da autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para começar a operar, o que está previsto para outubro.
A expectativa com a integração ferrovia-duto é agregar 20 milhões de litros à recepção mensal de etanol, ou 240 milhões ao ano. Isso significa 450 caminhões a menos por mês transitando na recepção, ou 5.300 por ano.
O terminal, que já está interligado ao sistema de dutos da Logum, transportou na safra 19/20, 248 milhões de litros de etanol, em números macros pelos dutos.
De acordo com a Copersucar, o uso dos modais ferroviário e dutoviário, em detrimento do transporte rodoviário, para o escoamento do açúcar e etanol tem contribuído para a redução de emissões de CO2.
“Tivemos uma redução aproximada de 11,3% nas emissões de CO2 devido à opção da Copersucar em utilizar mais o modal ferroviário. O volume movimentado por ferrovia passou de 56,5% na safra 18/19 para 68,2%, na de 19/20”, afirma Rafael Moura, analista de Sustentabilidade da companhia.
O aumento da parcela da logística ferroviária é uma das principais metas da companhia. Na safra 18/19 foram transportadas 4,371 milhões de toneladas de açúcar, das quais 1,570 milhão por rodovia e 2,781 milhões por trilhos. Nessa movimentação, a empresa emitiu 37.267 toneladas de CO2 equivalente, o que representa 8,56 kg de carbono por tonelada.
Já na safra 19/20, foram 3,538 milhões de toneladas, sendo 1,228 milhão por caminhões e 2,309 milhões por trens. A emissão total foi 26.880 toneladas de CO2 equivalente, ou 7,60 kg de carbono por tonelada.
Para calcular as emissões, a Copersucar utiliza a ferramenta de cálculo GHG Protocol, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Contudo, ela não permite mensurar as emissões por duto. “Apesar dessa limitação, o transporte por duto tira caminhões e motoristas da estrada e da operação interna. Isso traz ganhos em custo, segurança e sustentabilidade”, explica o gerente de Operações da Opla, Carlos Alberto Xavier.
“Priorizamos a ferrovia e temos procurado abrir mais espaço para o modal ferroviário, não só para açúcar, mas, também, para grãos. Reduz emissão e custo e fortalece uma cadeia mais sustentável”, afirma o gerente de Operações de Portos e Terminais, Leandro Camporez.
De acordo com a Copersucar, para reduzir o tempo de descarregamento dos vagões no Porto de Santos/SP, cada etapa do processo foi reavaliada. Houve adequação do escoamento de açúcar nas moegas e padronização do escoamento de vagões, que aumentou a capacidade de estacionamento de 28 para 40 vagões. Hoje, descarregam em média 120 vagões por dia de açúcar e 160 de grãos.
A mudança de layout, realizada no final de 2018, aumentou em 34% a capacidade de recepção de grãos, sem reduzir a de açúcar. Se somar açúcar e grãos, a utilização do modal ferroviário aumentou a descarga em 10%.