O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou na conclusão da semana de leilões de infraestrutura na B3, mas a concorrência baixa em disputas amplamente dominadas por investidores nacionais, demonstrou que os estrangeiros ainda não estão seguros em fazer grandes apostas de longo prazo no Brasil.

O ministro Tarcísio, apelidado de “Thor” pela secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, após ele martelar com intensidade a base do instrumento para sacramentar um dos leilões, ilustrou o ansiedade do Governo Federal para passar à iniciativa privada concessões, mesmo na crise econômica oriunda da pandemia de Covid-19.

No fim, a meta base de vender todos os 22 aeroportos, uma ferrovia e cinco terminais portuários — foi atingida, trazendo 3,5 bilhões de reais em outorgas, além da promessa de outros 10 bilhões em investimentos ao longo de concessões de até 35 anos.

Porém, 27 dos 28 ativos foram arrematados por empresas nacionais. A CCR, uma das maiores operadoras de infraestrutura do país, levou 15 dos aeroportos oferecidos. A mineradora BAMIN foi a única a oferecer um lance pela FIOL, a ferrovia que atravessará a Bahia de oeste a leste.

A operadora de portos Santos Brasil levou três das quatro áreas portuárias no porto maranhense de Itaqui leiloadas nesta sexta-feira. O Terminal Químico de Aratu, do Grupo Ultra ficou com o quarto. E a gaúcha CMPC pagou irrisórios 10 mil reais por uma área no Porto de Pelotas (RS).

Mesmo o lote de sete aeroportos no Norte do país arrematado por um estrangeiro ficou com a francesa Vinci, que já opera o aeroporto de Salvador (BA). No mais, apenas a espanhola Aena duelou e perdeu para a CCR a disputa pelos nove terminais do Sul.

“O importante é o investimento contratado”, afirmou Freitas ao fim dos resultados dos leilões. “Estamos aos poucos nos livrando da realidade de que o país é ineficiente em logística.”

Para especialistas, os resultados dos leilões podem ser classificados como um sucesso se levado em conta que houve propostas por todos os ativos ofertados.

“Dá para celebrar o resultado, porque passa o desenvolvimento desses modais para o setor privado, no momento em que o país precisa tanto de investimentos”, disse o diretor da área de infraestrutura da Alvarez & Marsal, Marcos Ganut.

De fato, as licitações deram sequência à agenda do governo Bolsonaro, que tem como meta contratar durante seu mandato 260 bilhões de reais em investimentos para os próximos 35 anos, entre leilões, arrendamentos e renovações antecipadas.

Categories:

Tags:

Chat Revista Ferrovia Em Foco
Envie via WhatsApp