No dia 11 de agosto de 2021, em Brasília, membros da Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá reuniram-se com o diretor de Relações Institucionais da Vale no Brasil, Luiz Ricardo de Medeiros Santiago, que esteve acompanhado da diretora de relações governamentais do Corredor Norte, Ana Carolina Pantoja.

A reunião, ocorrida na sede da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) foi agendada a pedido da Comissão de Desenvolvimento para discutir com um representante do alto escalão da Vale projetos que foram prometidos para Marabá e região e nunca concretizados.

Participaram o presidente da Comissão, Miguel Gomes Filho, o Miguelito; Pedro Corrêa Lima, presidente da Câmara; Márcio do São Félix, secretário; Alecio Stringari, Aerton Grande, Coronel Araújo, Vanda Américo e Ricardo Pugliese, todos membros da referida Comissão de Desenvolvimento.

Miguelito disse aos diretores da Vale que Marabá é uma cidade que viveu de ciclos, e que agora está passando pelo “ciclo da promessa”, o que vem prejudicando a comunidade. “As pessoas vão atrás dos projetos alardeados e causam problemas sociais quando não encontram empregos. Queremos ser parceiros da Vale, mas não nos mintam, cumpram o que foi divulgado para a sociedade. E mais, queremos reunião sempre com a empresa, para obter respostas diretas e verdadeiras”, ressaltou o presidente da Comissão.

Pedro Corrêa explicou ao diretor da Vale que praticamente todos os vereadores têm feito discursos duros contra a Vale e muito em função dos compromissos assumidos e não concretizados. “Na hora de a Vale definir um projeto só discute com o Executivo. Qual o legado da Vale em relação a projetos concretos para Marabá? Recebemos pressão para sermos mais duros com a Vale, inclusive para abrir CPI ou tomar outras atitudes. Essa Comissão dará resposta à sociedade”, sintetizou.

UMA NOVA HISTÓRIA

Depois de ouvir a todos os membros da Comissão, o diretor institucional da Vale fez um panorama das mudanças implementadas na mineradora desde o episódio fatídico de Brumadinho, em Minas Gerais.

“Após aquele fato terrível para todos nós, fizemos um mergulho muito profundo para nos recuperarmos e para aprendermos. Nós, hoje, estamos centrados na humildade para sabermos que não estamos à frente de ninguém e que precisamos estar juntos. Passamos por uma transformação cultural”, disse ele.

Segundo Luiz Ricardo Santiago, humildade, expectativa e diálogo são as três palavras que estão norteando a mudança cultural dentro da Vale. E garantiu que a empresa tem planejamentos para Marabá a partir dessa premissa.

“Estamos mudando o jeito de ser pensar, de ser, se comportar e de entregar. Como guardião, tenho o propósito de ouvir o que estão falando. Garanto a vocês que o ciclo da promessa acabou com a relação à Vale. Estamos vivendo uma nova cultura transformacional. Vamos construir ombro a obro para fazer as entregas necessárias”, garantiu.

Sem dizer exatamente o que, o diretor da Vale revelou aos vereadores que a mineradora está dialogando com a Sinobras na elaboração de um novo projeto que seja indutor do desenvolvimento. Confessou que já houve três mudanças até agora no modelo do referido projeto e acredita que ele vai ajudar bastante na verticalização da mineração no município. “Em breve devemos ter o início desse processo”, prometeu.

Uma das notícias mais importantes da reunião foi a garantia, pelo diretor Institucional da Vale, de que a empresa vai se responsabilizar por tirar do papel o projeto da antiga Ferpasa, uma ferrovia paraense que ligar o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, chegando a Marabá, na primeira etapa. Na segunda, deve ir até outros municípios produtores de grãos e minérios do sul do Pará. “A ferrovia está em processo de licenciamento, e entregaremos”, sustentou.

Ele também anunciou o engajamento da Vale no projeto de segurança pública do Estado denominado Usinas da Paz, com seis obras no Estado, mas inicialmente Marabá não será contemplada nesta parceria.

O diretor da Vale também discorreu sobre a implantação do projeto Tecnored, o qual contempla a implementação de um laboratório de desenvolvimento e processamento de biomassa no Distrito Industrial de Marabá, que vai permitir a produção de 500 mil toneladas de ferro gusa, com baixa emissão de carbono. “Esse projeto está sendo licenciado e Marabá foi escolhido pelo fruto da relação que temos com o município. Ele é o futuro da mineração”.

Por fim, Luiz Ricardo Santiago reconheceu que a construção da segunda ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins não é uma condicionante da renovação da ferrovia. Afirmou que a obra já foi aprovada no Conselho da Vale e limitou-se a informar que a empresa está em fase de levantamentos.  

Afirmou, ainda que a Vale quer manter o fórum permanente de diálogo com Marabá por meio da Comissão de Desenvolvimento. “Vamos escutando a demanda que vocês nos passam e corrigindo. Estamos pegando as páginas passadas, limpando tudo e queremos escrever uma página nova”.

Parte da matéria contém informações publicadas pela prefeitura de Marabá.

Categories:

Tags:

Chat Revista Ferrovia Em Foco
Envie via WhatsApp