As concessionárias Rumo SA e a VLI Multimodal assinaram contratos com o Governo Federal para a construção de trechos ferroviários compeendidos entre Água Boa (MT) e Lucas do Rio Verde (MT); e de Uberlândia (MG) a Chaveslândia (MG):
Essas duas gigantes do setor ferroviário, a Rumo e VLI, devem enfrentar uma disputa comercial intensa para tirar do papel dois projetos ferroviários, a princípio, semelhantes, e autorizados pelo Governo Federal. As duas empresas assinaram contratos com o MInfra para construir ferrovias privadas ligando Água Boa (MT) a Lucas do Rio Verde (MT) e Uberlândia (MG) a Chaveslândia (MG).
Dentro do segmento, há dúvidas sobre quem de fato irá realizar as obras, e se há possibilidade das duas operadoras construírem traçados paralelos ou utilizarem o mesmo trecho em tráfego mútuo. No Governo Federal, a avaliação é a de que e a solução será estritamente de mercado. Sendo assim, uma corrida pelos projetos definirá o futuro da disputa.
Desde que o novo formato de construção de ferrovias por autorização simplificada foi lançado, em meados de 2021, mais de 70 pedidos de autorização foram apresentados ao MInfra. Desses, 21 já passaram da fase de assinatura de contrato com o Ministério da Infraestrutura. É o caso da Rumo e da VLI, autorizadas pela pasta a construir, cada uma, dois trechos ferroviários ligando os mesmos destinos e origem.
O interesse das duas companhias do setor em construírem as mesmas ferrovias tem como pano de fundo as importantes ligações que esses trechos desenvolverão na malha ferroviária brasileira, em especial para o escoamento do agronegócio em Mato Grosso e Goiás, além da produção de Minas Gerais. A ligação entre Água Boa e Lucas do Rio Verde, por exemplo, vai se conectar com a primeira parte da FICO (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), cujas obras foram iniciadas em 2021. Já a FICO vai ligar Mara Rosa, no norte de Goiás, a Água Boa. O trecho é importante pela conexão com a FNS (Ferrovia Norte-Sul).
No Governo, a opção foi por deixar que as próprias companhias resolvam a disputa. O entendimento é de que, por ser um regime privado, não é papel do governo estipular critérios.
A VLI e a Rumo se manifestaram: A Rumo afirmou que em ambos os projetos a empresa tem como objetivo aumentar a capacidade do atendimento ferroviário a regiões que se conectarão estrategicamente ao Porto de Santos.
A Concessionária da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que passa pelo Distrito Federal e sete estados, a VLI declarou que os projetos permitem à companhia acessar mercados ainda não plenamente atendidos e outros que se conectam às malhas das concessões da FCA e da FNS, no tramo Norte.