Tráfego de minério de ferro:

Quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou os detalhes da “subconcessão” da FIOL em 16 de dezembro de 2020, as avaliações iniciais poderiam até sugerir que apenas uma empresa, a Bahia Mineração, estaria propensa a apresentar uma oferta.

A Bahia Mineração é uma subsidiária brasileira do Eurasian Resources Group, com sede em Luembourg, que lançou a produção piloto em sua mina de minério de ferro a céu aberto Pedra de Ferro, ao sul de Caetité, em meados de dezembro. Prevê-se a licitação para a concessão de operação de frete FIOL como parte de um consórcio.

As estimativas iniciais para o tráfego do primeiro trecho do FIOL entre Ilhéus e Caetité são de 17 milhões de toneladas em 2024, passando para 34,4 milhões de toneladas em 2054. O minério da mina de Pedra de Ferro é de alta qualidade com baixos níveis de contaminantes e é considerada adequada para siderúrgicas no Oriente Médio.

Parte integrante do projeto é a construção do porto de águas profundas do Porto Sul, no distrito de Aritágua, em Ilhéus, que seria servido por um ramal de 12,6 km da FIOL. O minério seria descarregado por meio de um virador de vagão duplo e levado para um pátio de estocagem com capacidade de 1,4 milhões de toneladas. O porto foi projetado para receber navios de até 220.000 toneladas de porte bruto.

Tráfego agrícola em perspectiva:

No entanto, uma avaliação mais recente sugere que é provável que haja interesse na “subconcessão” de outras empresas. Isso inclui a VLI, um consórcio da Vale, Mitsui, fundo de investimento FI-FGTS, investidor de ativos Brookfield e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES. A Rumo também está analisando o projeto, mas não fez nenhum anúncio público.

Esse interesse adicional foi gerado por sinais do governo brasileiro de que pretende concluir os dois trechos restantes da FIOL: Os 485 km de Caetité a Barreiras, onde 36% das obras foram concluídas, e os 505 km de Barreiras a Figueirópolis, onde seria feita a ligação com a Ferrovia Norte-Sul.

Se esta terceira seção fosse concluída, as opções para tráfego adicional seriam abertas. Isso inclui produtos agrícolas para exportação da seção inicial da Ferrovia de Integraçao Centro-Oeste (FIOL), onde a VALEC deve iniciar a construção em abril ao longo dos 383 km entre Água Boa, no estado de Mato Grosso, e Mara Rosa, em Goiás.

A conclusão está prevista para 2026, abrindo a possibilidade de trens que transportam produtos agrícolas para exportação rodarem até Ilhéus por um entroncamento com a Ferrovia Norte-Sul em Mara Rosa, de onde seguiriam para o norte até Figueirópolis e também para o leste em direção ao porto atlântico.

Uma alternativa em estudo seria o alinhamento do terceiro trecho do FIOL alterado para fornecer uma ligação direta de Barreiras ao FICO, em Mara Rosa, o que encurtaria o trajeto até o litoral e evitaria cobrança pelo uso da Ferrovia Norte-Sul.

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