A descarbonização do setor de transportes pode contribuir para que o Brasil reduza as emissões de carbono das atuais 1.9 giga toneladas anuais para 1.2 giga toneladas em 2030 e assim atinja a meta assumida no Acordo de Paris. O setor é responsável por 22% das emissões de gases de efeito estufa do país e as iniciativas para reduzir esse percentual foram debatidas durante o seminário “Descarbonização no Transporte Brasileiro – Desafios e Oportunidades”, realizado pela Infra S.A. nesta quarta-feira (5).
Entre as ações abordadas durante o evento está a implantação da cobrança automática de tarifas em todas as rodovias federais concedidas no prazo de cinco anos. O sistema conhecido com free flow permite o pagamento de pedágio sem a necessidade de parada, o que diminui a desaceleração e aceleração de veículos e contribui para reduzir a emissão de gases poluentes. Os projetos de concessão de rodovias estruturados pela Infra S.A. já preveem a adoção da tecnologia pelas concessionárias.
Durante a abertura do seminário, realizado no auditório do Ministério dos Transportes, o secretário-executivo da pasta, George Santoro, afirmou que a sustentabilidade é uma pauta transversal do governo. Para o secretário, o planejamento dos projetos de infraestrutura no Brasil precisa considerar a finitude dos recursos naturais e a vocação do país para a produção de energia limpa.
“Precisamos avançar na discussão sobre o modelo de transição energética que iremos adotar como governo, para termos um padrão mais efetivo. Também temos buscado soluções tecnológicas junto às universidades, a fim de desenvolvermos mecanismos para evoluir e construir uma agenda em comum ao Brasil para os próximos anos,” finalizou.
“Esse tema (descarbonização) é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país e o setor de transportes tem um papel central para propor medidas que contribuam para reduzir a emissão de gases. Com esse evento, reforçamos o compromisso do Governo Federal com a qualidade de vida das futuras gerações”, destacou.
Informações ambientais – Com o objetivo de desenvolver um planejamento ambiental estratégico para o setor de transportes, a Infra S.A. elabora o Sistema de Informações Ambientais para Infraestrutura (SIAI). A plataforma identifica conflitos e oportunidades com base nos fatores de risco ambiental para os projetos de infraestrutura. Em fase de implementação pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística, a plataforma e suas funcionalidades foram apresentadas durante o evento.
O evento reuniu, ainda, representantes dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e de Minas e Energia; e das empresas Eco Litoral, Ambipar e Future Carbone Group. As palestras abordaram temas como a política nacional sobre mudança do clima; iniciativas ambientais no Ministério dos Transportes; compensação de emissões no transporte rodoviário; e oportunidades brasileiras no mercado de carbono nos transportes.
Todo o seminário foi transmitido na íntegra e está disponível no canal da Infra S.A. no Youtube, para assistir, acesse: https://youtube.com/live/Al8NfQB3P2E?feature=share
A ferrovia desempenha um papel crucial na redução das emissões de carbono, pois oferece uma alternativa de transporte mais sustentável em comparação com modos de transporte mais poluentes, como o transporte rodoviário e aéreo. Existem várias maneiras pelas quais a ferrovia contribui para a redução das emissões de carbono:
- Energia mais limpa: A maioria dos trens é movida por eletricidade, e essa eletricidade pode ser gerada a partir de fontes renováveis, como energia hidrelétrica, eólica ou solar. Isso significa que, ao contrário dos veículos movidos a combustíveis fósseis, os trens têm uma pegada de carbono significativamente menor, já que não emitem gases de efeito estufa durante a operação.
- Eficiência energética: Os trens são conhecidos por sua eficiência energética em comparação com outros modos de transporte. Eles podem transportar grandes volumes de carga ou passageiros de uma só vez, reduzindo a necessidade de viagens individuais de veículos de passeio ou caminhões. Ao otimizar o uso da capacidade, a ferrovia permite uma utilização mais eficiente da energia, resultando em menor consumo de combustível e, consequentemente, menores emissões de carbono.
- Redução do congestionamento: A ferrovia tem a capacidade de transportar grandes volumes de carga de maneira eficiente, o que pode ajudar a reduzir o número de caminhões de carga pesada nas rodovias. Isso não apenas contribui para reduzir o congestionamento nas estradas, mas também reduz as emissões de carbono relacionadas ao tráfego rodoviário.
- Substituição de viagens aéreas: Em algumas rotas de média distância, a ferrovia pode substituir o transporte aéreo, que é altamente poluente. Os aviões emitem grandes quantidades de dióxido de carbono durante o voo, enquanto os trens elétricos podem oferecer uma alternativa mais sustentável, especialmente em rotas onde a infraestrutura ferroviária está disponível e bem desenvolvida.
- Integração modal: A ferrovia também desempenha um papel fundamental na integração modal, permitindo a conexão com outros modos de transporte, como navios e caminhões. Isso possibilita a transferência de carga de longa distância do transporte rodoviário para o ferroviário, aproveitando as vantagens da eficiência energética e da menor emissão de carbono do transporte ferroviário em trajetos mais longos.
- Inovação tecnológica: A indústria ferroviária continua a investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais limpas e eficientes. Isso inclui melhorias na aerodinâmica dos trens, utilização de materiais mais leves, sistemas de recuperação de energia e avanços em propulsão elétrica. Essas inovações têm como objetivo melhorar ainda mais a eficiência energética dos trens e reduzir as emissões de carbono associadas ao transporte ferroviário.
Podemos então verificar que a ferrovia é a alternativa correta para a redução nos índices de emissão de carbono e é uma alternativa ecologicamente viável.