A ferrovia F.A.T.O. (Ferrovia Autorizada de Transporte Olacyr de Moraes) deverá ser construída com capital privado (não somente) e projeta-se a criação de mais de 200 mil empregos diretos e indiretos com a construção.
F.A.T.O. (sigla para Ferrovia Autorizada de Transporte Olacyr de Moraes) vai conectar a capital Cuiabá (Mato Grosso) e os municípios de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde (ambos ao norte, no coração do agronegócio mato-grossense) a Rondonópolis, no sul do Estado, onde tem início a Ferronorte – uma concessão federal que forma com a Malha Paulista o principal corredor de exportação de grãos do País, via Porto de Santos (SP).
A última safra registrada de grãos em Mato Grosso (2019/2020) cresceu 9,3%, chegando a 74 mi de toneladas segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume superou a média de aumento da produção nacional, que foi de 3,8%. E até 2030 a projeção é chegar a 120 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Para Mendes, o agronegócio será o principal setor beneficiado com a F.A.T.O.
A ferrovia autorizada pelo Estado será construída pela Rumo, que detém a concessão da Ferronorte, feita nos anos 1990 por Olacyr de Moraes, empresário homenageado no batismo da nova ferrovia. Segundo a Companhia, devem ser investidos entre R$ 9 bi e R$ 11 bi, com conclusão prevista até 2030. As obras devem começar até seis meses após a emissão da licença ambiental.
Ao todo serão 730 quilômetros de trilhos entre o sul, a capital e o norte de Mato Grosso, num projeto que prevê 2 quilômetros de túneis e mais de 60 viadutos e pontes. Foram feitos 2.500 estudos de traçado para definir o mais eficiente e sustentável.
Com custo logístico mais baixo e maior qualidade de serviço, a ferrovia é o modal mais eficiente para movimentar o expressivo volume gerado pelo agronegócio brasileiro (não apenas em Mato Grosso, mas também em estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins) A expansão dos trilhos no principal polo de produção do País fará crescer a importância do modal rodoviário, cabendo aos caminhões as viagens curtas para abastecer o número crescente de terminais ferroviários.
Outro ponto forte do projeto da F.A.T.O. é a sua integração com o Porto de Santos (SP), principal ponto de exportação de soja do Brasil.