O papel do transporte ferroviário na matriz nacional de transportes tende a aumentar com as propostas do Plano Nacional de Logística 2035, divulgado pelo governo em 20 de abril de 2021.
Já disponibilizado para consulta das partes interessadas, o Plano foi elaborado para apoiar o estabelecimento de uma política nacional de infraestruturas baseada na análise da matriz de transportes atuais e nas principais exigências e desafios colocados nos diferentes modais.
Em vez de apresentar um portfólio de projetos definitivos, o Plano analisa seis cenários possíveis que serão usados para desenvolver propostas para os diferentes setores de transporte.
De acordo com as propostas, a participação da ferrovia no mercado de transporte em toneladas-km poderia aumentar de cerca de 21% em 2017 para 32,8% em 2035. Esse aumento depende da conclusão das duas primeiras fases do projeto FIOL de Caetité ao porto de Ilhéus e de Barreiras a Caetité. Dependeria também do andamento do projeto do Ferrogrão para uma linha entre Sinop, no estado do Mato Grosso, e o porto interior de Miritituba, no rio Tapajós, no estado do Pará. Se a terceira fase do FIOL de Figueirópolis a Barreiras for incluída, a participação da ferrovia poderia aumentar para 36%, representando 1 124 ,4 bilhões de toneladas-km.
“A partir de critérios técnicos e mostrando onde será importante a ação do estado, vamos identificar as oportunidades de ofertas do setor e a forma mais eficiente de implementá-las”, explicou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O CEO da Agência Nacional de Planejamento Logístico, Arthur Luis Pinho de Lima, disse “o Plano identifica gargalos de infraestrutura para o planejamento das obras” e “indica a demanda para os próximos 15 anos. Os sinais dados pelo Plano são a base para o planejamento do transporte por meio de PPPs ou esquemas executados pelo governo.” Ele observou que o plano também abordou a integração do transporte de passageiros, incluindo algum uso de ferrovias.