Após a abertura realizada pelo governo para a construção de ferrovias em regime mais simplificado de autorização, já foram apresentados 14 requerimentos com investimentos previstos em torno de R$ 80,5 bilhões e mais de 5 mil quilômetros de novos trilhos em 12 estados, segundo o ministério. E a previsão é que novas propostas, além das 14, sejam apresentadas em breve.
Ontem, dia 22/09/2021, noticiamos que a construção da ferrovia no Mato Grosso poderia gerar até 230 mil novos empregos diretos. Isso, com informações enviadas pelo governo estadual. Tal informação gerou uma repercussão positiva no mercado, assim como também uma certa dúvida por conta do número elevado.
A realidade é que o trabalho de previsão é uma tarefa árdua e que quase sempre apresenta imprecisões. No entanto, utilizando a metodologia correta, somado a profissionais gabaritados, a chance de erro se reduz e aproxima-se bem do número real.
A questão que fica no ar é, o quanto a ferrovia, indústria e o mercado como um todo estão “represados” por conta de crivos de leis e pelo cenário político conturbado. Ninguém poderia imaginar que haveria intenção de construção de novas 14 ferrovias no Brasil, mesmo que sejam de menor extensão. Nem nas mais otimistas das perspectivas.
Portanto, há de se crer que todo otimismo com essa nova fase ainda é pouco, pois se antes discutíamos sobre a liberação ambiental (ou não) da Ferrogrão, e atualmente a surpresa é iniciar com novos 5 mil quilômetros de ferrovia no Brasil. Pasmem!
Conforme supracitado, irei abordar um pouco da 14ª proposta enviada ao Governo Federal para a autorização de uma nova ferrovia e de novos terminais. A proposta em questão é da empresa Petrocity SA., que atua no setor de portos, e pretende conectar Brasília aos portos do Espírito Santo em um trecho com 1.108 km de extensão que passa por Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais com destino a Barra de São Francisco (ES). O investimento previsto é de R$ 13,5 bilhões.
Segundo a pasta, a empresa também promete investir outros R$ 700 milhões em seis unidades de transbordo e armazenamento de cargas no trajeto. Os pedidos estão em análise pela Secretaria Nacional de Transportes Terrestres.
Abaixo estão todos os projetos de ferrovias para serem construídos por autorização que foram apresentados até o momento:
Água Boa (MT) – Lucas do Rio Verde (MT): 557 km de extensão;
Uberlândia (MG) – Chaveslândia (MG): 235 km de extensão;
Estreito (MA) – Balsas (MA): 245 km de extensão;
Shortline entre Perequê (SP) – TIPLAN/Porto de Santos (SP): 8 km de extensão;
Maracaju (MS) – Dourados (MS): 76 km de extensão;
Guarapuava (PR) – Paranaguá (PR): 405 km de extensão;
Cascavel (PR) – Foz do Iguaçu (PR): 166 km de extensão;
Cascavel (PR) a Chapecó (SC): 286 km de extensão Açailândia (MA) – Alcântara (MA): 520 km de extensão;
São Mateus (ES) – Ipatinga (MG): 420 km de extensão;
Suape (PE) – Curral Novo (PI): 717 km de extensão Terminal Intermodal em Santo André: 7 km de extensão;
Presidente Kennedy (ES) – Conceição do Mato Dentro/Sete Lagoas (MG): 610 km de extensão;
Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek (EFJK) – de Barra de São Francisco (ES) a Brasília (DF): 1.108 km de extensão.
Em breve abordaremos um pouco mais sobre as outras ferrovias.