O Metrô de São Paulo viu triplicar seu prejuízo após o número de passageiros transportados cair em decorrência da pandemia da COVID-19. A empresa perdeu R$ 1,701 bilhão em 2020.
Para tentar amenizar as perdas, a estatal paulista apresentou um amplo plano para melhorar os números e, entre as medidas, está o fechamento das bilheterias de 25 estações ainda este ano, que passaria a operar apenas com máquinas automáticas para vender bilhetes.
O balanço da companhia estadual enviado do governo de São Paulo revela que as receitas da empresa caíram 47,8% no ano passado. Boa parte dessa queda foi gerada pela pandemia. O número de pessoas que passaram pelas catracas do metrô paulistano caiu praticamente pela metade: foram 554,4 milhões de passageiros no acumulado do ano, número 49,5% menor que o visto em 2019.
Ao mesmo tempo, várias das despesas pagas pela estatal paulista aumentaram. O gasto com vendas de bilhetes, por exemplo, cresceu 32,5% e as despesas administrativas aumentaram 12,8%. Juntas, essas duas linhas do balanço somaram R$ 1,07 bilhão.
Para tentar melhorar as contas, a estatal apresentou ao governo paulista uma estratégia de longo prazo para tentar equilibrar a situação financeira. Entre as medidas propostas até 2025, está o início do fechamento das bilheterias.
Em 2021, a empresa quer fechar postos de venda de bilhetes em 25 estações. Essa medida, diz a companhia, deverá reduzir em R$ 14,2 milhões as despesas com arrecadação. Não há detalhes sobre o plano para os anos seguintes, nem se, no futuro, a medida vai afetar todas as estações do sistema metroviário.
Discretamente, o Metrô já começou um projeto-piloto para esvaziamento das bilheterias. Desde 2019, a empresa parou de vender bilhetes magnéticos de papel e os trocou por tíquetes com QR Code nas estações São Judas, Paraíso e Pedro II.
O balanço da empresa diz que, com o fechamento das bilheterias, os novos tíquetes QR Code poderão ser adquiridos e impressos em máquinas de autoatendimento ou por aplicativo no telefone celular, que também é lido pela catraca.
Um dos argumentos da empresa para fechar bilheterias é que cada vez menos passageiros compram os tíquetes antes da viagem. Dos mais de 500 milhões de passageiros do metrô paulistano no ano passado, só 11,3% dos usuários diários – ou cerca de 62 milhões de pessoas no ano – compraram usaram o bilhete magnético. Atualmente, 60,3% dos passageiros usam cartões recarregáveis do bilhete único ou do sistema BOM, o bilhete ônibus metropolitano.
*Com informações do CNN Business