No dia 23 de maio, no auditório da FAPEMIG, se realizou assinatura da parceria entre a Universidade de Birmingham, do Reino Unido, e o NDF – Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário do Estado de Minas Gerais, com sede na UFV, reunindo mais de 13 instituições voltadas para o desenvolvimento de P&D (pesquisa e desenvolvimento), junto às empresas do segmento metro ferroviário.

Essa história começa em 2021 com o Movimento de Preservação Ferroviária de Minas Gerais, culminando num articulação dos ferroviaristas da Zona da Mata, Jershon Ayres de Morais e André Louis Tenuta Azevedo, com o atual Presidente da FAPEMIG, Prof. Paulo Beirão, e o então Deputado Estadual João Leite, Presidente da Comissão Parlamentar Pró-Ferrovias Mineiras. A partir daí, o então Secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Sr. Fernando Marcato, sensibilizado com a proposta de se construir um Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário em Minas Gerais, se reuniu com o Reitor da Universidade Federal de Viçosa, Professor Demetrius Silva, e, juntos, criaram o NDF de Minas Gerais.

Com a indicação da Superintendente de Transportes Ferroviários do Estado de Minas Gerais (SUFER), Sra. Vânia Silveira de Pádua Cardoso, para atuar junto à estruturação da rede e com a nomeação do Professor Júlio Campos, do Departamento de Engenharia Mecânica, da UFV, para a coordenação do NDF, culminou nos projetos de Lei da Comissão Parlamentar Pró Ferrovias Mineiras, com emendas dos Deputados João Leite e Roberto Andrade, na ordem de R$ 1,35 milhão de reais, para emendas orçamentárias na LDO e LOA, o que possibilitou a criação do NDF-MG, com sede em Viçosa.

Imediatamente, o Professor Júlio Campos tratou de convidar outras duas instituições mineiras para que fossem participantes do projeto, o que foi aceito de imediato. O NDF-MG passa a ser composto pela Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de São João Del Rey e o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (Campus de Santos Dumont).

Em face da repercussão positiva do projeto, principalmente no mundo acadêmico, já se encontra em tramitação a ampliação da participação de instituições que irão compor o NDF/MG, quais sejam:

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

Universidade Federal de Uberlândia – UFU

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM

Outro fator muito importante foi a chegada, em Viçosa, do Professor Roberto Willians, que já prestou grandes serviços para a ferrovia brasileira, notadamente na educação tecnológica, que veio do Rio de Janeiro, a convite do Circuito Turístico, como convidado especial para ser o Diretor da Escola Ferroviária e articulador na composição do Núcleo. Seu trabalho foi unir o GPAA, ABIFER, ANPTRILHOS, AENFER e a Comissão de Estudos Metro Ferroviários do RJ, na condição de representante no certame educacional e tecnológico da comissão mineira e da Coordenação de Educação Profissional e Tecnológica do CEM.

Na busca de caminhos para a ampliação de contatos para o NDF no exterior, o Presidente do Circuito Turístico Serras de Minas, Jershon Morais, encontrou na Universidade de Birmingham, do Reino Unido, a Engenheira Achila Fellow, uma brasileira, da cidade de Cataguases-MG, especialista em logística de trens de alta velocidade, que apresentou a ideia de se promover um acordo entre a Universidade de Birminghan e o NDF. Imediatamente, a Engenheira Achila foi acolhida pelo grupo ferroviário e, juntamente com o Professor Roberto Willians e o Professor Júlio Campos, coordenardor do NDF-MG, promoveram a assinatura do Memorando de Entendimentos (MOU) entre o Núcleo de Desenvolvimento Ferroviário de Minas Gerais (NDF) e o Birmingham Centre of Railway Research and Education (BCRRE), da Universidade de Birmingham, do Reino Unido.

A assinatura foi realizada ontem (23) em evento na FAPEMIG. A solenidade reuniu as instituições parceiras no projeto: FAPEMIG, secretarias estaduais de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e de Desenvolvimento Econômico (Sede), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). O Reino Unido foi representado pelo Consulado Britânico em Belo Horizonte e pelo diretor do BCRRE.

O presidente da FAPEMIG, Paulo Beirão, destacou a importância da iniciativa em seu pronunciamento. “A FAPEMIG sempre estará pronta a aderir e apoiar ações baseadas em ciência e tecnologia que tenham impacto potencial no desenvolvimento econômico e social do Estado”. Ele referiu-se à parceria com Universidade de Birmingham como um resgate histórico, já que muitas ferrovias do País foram construídas em parceria com a Inglaterra.

A secretária adjunta de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia, destacou a importância da pesquisa científica e tecnológica voltada para o aprimoramento da infraestrutura ferroviária. Ela falou sobre o sucesso do Estado na atração de investimentos e empresas, o que requer como contrapartida soluções de infraestrutura. Garcia finalizou com um apelo para as instituições e os pesquisadores envolvidos no acordo: “Sejam rápidos! Tragam informações, conhecimento e inovações para nos ajudarem a atender tais demandas”.

Perspectivas

O NDF tem como missão contribuir para desenvolver e modernizar o transporte ferroviário de Minas Gerais, com formação, treinamento de pessoal, pesquisas e desenvolvimento para geração e transferência de novas tecnologias. Júlio Cesar Costa Campos, coordenador do NDF e professor da Universidade Federal de Viçosa, apresentou o Núcleo e falou sobre perspectivas com a assinatura do MOU.

Campos relembrou a criação do NDF, em 2021, com inicialmente três universidades parceiras. Hoje, o NDF é composto por 13 instituições, que desenvolvem projetos sobre aspectos diversos, desde o uso de rejeito de mineração em camadas de pavimento ferroviário e climatização de vagões até a análise espacial e do desenvolvimento do transporte ferroviário em Minas Gerais.

Para ele, um dos destaques da parceria firmada com a Universidade de Birmingham é a possibilidade de capacitação de pesquisadores para desenvolverem estudos sobre o setor metro ferroviário. “Hoje, no Estado, possuímos apenas um curso de Engenharia Ferroviária. Esse acordo abre caminho para pensarmos em novos cursos de graduação e pós-graduação”.

Foto: Júlio Campos, coordenador NDF; André Oliveira, reitor IF Sudeste; Marcelo Andrade, reitor UFSJ; Clive Roberts, diretor do BCRRE; Paulo Beirão, presidente da FAPEMIG; Kathleen Garcia, secretária adjunta Sede; Renato Santos, representante consulado britânico em BH; Roberto Santana, Athenas Projetos; João Leite, ex-deputado estadual (Foto: Almir Ferreira/FAPEMIG)

Foto: José Ramos, Diretor Financeiro do CTSM; Prof. Roberto Willians, Athenas Projetos; Henrique Carou, GPAA; Achila Fellow, Universidade de Birminghan; Vânia Silveira, Superintendente de Ferrovias de MG; Leonardo Dias, BTEC; Jershon Morais, Presidente CTSM; Sergio Vitarelli, Vice-Presidente CTSM.

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