O primeiro-ministro admitiu existir “um atraso” na execução do programa, mas garantiu que “estão a ser recuperados”, pelo que “o comboio chegará à estação de destino à hora e na data prevista”.
O primeiro-ministro, António Costa, destacou esta quarta-feira que o programa Ferrovia 2020 está “em velocidade cruzeiro”, após ter levado “tempo a arrancar”, prevendo que chegue ao destino no prazo previsto, no final de 2023.
“Finalmente, já estamos em velocidade de cruzeiro e, ano após ano, a taxa de execução tem vindo a ser aumentar e a acelerar”, o que vai “permitir chegar ao final de 2023 com o Ferrovia 2020 concluído”, afirmou.
António Costa falava aos jornalistas no final de uma visita às obras de construção do trecho ferroviário Freixo-Alandroal do futuro Corredor Internacional Sul, que abrange os concelhos de Redondo, Vila Viçosa e Alandroal, no distrito de Évora.
Nas declarações aos jornalistas, junto a um dos maiores viadutos da empreitada, o chefe do Governo sublinhou que este trecho faz parte “da maior obra ferroviária que foi adjudicada no país nos últimos 100 anos”, integrada no Ferrovia 2020.
Este programa, vincou, surgiu quando “o país já se tinha desabituado de fazer grande investimento na ferrovia” e o seu comportamento foi “como quando um comboio arranca numa estação, que leva tempo a arrancar e a atingir velocidade de cruzeiro”.
Questionado sobre o Ferrovia 2020, Costa admitiu existir “um atraso” na execução do programa, mas garantiu que “estão a ser recuperados”, pelo que “o comboio chegará à estação de destino à hora e na data prevista, que é final de 2023”.
Para o primeiro-ministro, esta nova linha férrea “é absolutamente estratégica” para a “valorização de um dos maiores ativos” do país, o Porto de Sines, porque vai permitir “encurtar em 150 quilómetros e em três horas e meia a distância” até à fronteira.
“O Porto de Sines não vai só servir o território nacional, vai poder servir toda a Península Ibérica e isso é fundamental para reforçar a capacidade de fixação de empresas e de criação de emprego em toda a região do Alentejo”, sublinhou.
Costa assinalou que também já estão a ser elaborados os projetos para as obras previstas no Plano Nacional de Infraestruturas 2030 para quando se concluir o Ferrovia 2020 “não se tenha de estar à espera” dos projetos e das expropriações.
Sobre a utilização desta infraestrutura ferroviária para o transporte de passageiros, o chefe do Governo foi perentório: “A linha serve para todos os comboios”, acentuou.
O primeiro-ministro defendeu que Portugal terá de “saber valorizar as duas fachadas” que possui, nomeadamente a “continental”, que coloca o país “no centro do mercado ibérico”, e a “atlântica”, que projeta o território português “no mundo global”.
“Esta linha tem uma importância estratégica fundamental, porque é a que, simultaneamente, serve as duas fachadas”, referiu, lembrando a redução da distância entre o Porto de Sines e a fronteira com Espanha.
De acordo com o chefe do Governo, a redução desta distância “significa aumentar brutalmente a competitividade do Porto de Sines”.
Já para o Alentejo, concluiu, esta linha vai ter “um contributo quase tão grande como o Alqueva teve” para a região, porque “vai potenciar muito a atratividade para a fixação de empresas e para a fixação e criação de emprego”.
O trecho ferroviário visitado pelo primeiro-ministro é um dos três em construção integrados no futuro Corredor Internacional Sul e que estão inseridos no Programa de Modernização da Rede Ferroviária Nacional “Ferrovia 2020”.
Segundo a Infraestruturas de Portugal, o Corredor Internacional Sul pretende reduzir o tempo de trajeto, em consequência da utilização de comboios de tração elétrica entre Sines e Caia, e “aumentar a eficiência e atratividade” do transporte ferroviário de mercadorias, ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento.