A Valec deve receber, em setembro, R$ 150 milhões a mais para as obras da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que serão usados no trecho 2. Foi o que afirmou, nesta sexta-feira (28), o presidente da estatal, André Kuhn. A informação foi dada durante o iNFRADebate Live, da Agência iNFRA.

Segundo ele, os investimentos públicos no trecho entre Barreiras, no oeste da Bahia, a Caetité, no sudoeste, vão ajudar a viabilizar a concessão futura dessa ferrovia.

Foi apurado pela nossa equipe que um acordo com a Vale vai garantir R$ 410 milhões em 2021 para a obra. O recurso será usado para compra dos trilhos que ainda faltam no traçada da ferrovia.

“Estamos com a sinalização de receber em torno de R$ 150 milhões ainda em setembro. Isso vai permitir o aumento do ritmo de execução. Mês passado executamos cerca de R$ 38 milhões e teríamos condição, hoje, de viabilizar os lotes 5 e 7, com R$ 25 milhões/mês cada. O ritmo está adequado ao cronograma físico-financeiro, prevendo chegar até o fim de 2022, uma execução de 85% da obra. Isso irá viabilizar a concessão”, explicou.

Ainda de acordo com Kuhn, a estatal está apoiando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nas respostas a todos os questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) acerca da viabilidade da concessão do trecho 1, entre Caetité e Ilhéus, no litoral sul baiano.

Com isso, a expectativa é que a liberação para o leilão aconteça dentro do cronograma esperado.

Presente ao encontro, o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, disse que o governo precisa rever o projeto da Fiol 3, que ligará Barreiras (BA) à Ferrovia Norte-Sul.

Ele defende a modificação do traçado já estudado pelo governo, passando a chegada da ferrovia ao município de Mara Rosa (GO), o que faria uma conexão direta com a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste).

“Existem duas razões muito importantes que a tornam mais lucrativa. A primeira é que, ligando a Mara Rosa, você vai evitar o pagamento de direito de passagem por cima da Ferrovia Norte-Sul. A segunda é que uma concessão de 383 km é diferente de uma de 900 km. Por isso, é muito mais viável fazer uma concessão Água Boa/Barreiras ou Água Boa/Caetité do que fazer uma Água Boa/Mara Rosa”, comentou.

Já o presidente da estatal falou sobre a possibilidade de mudança de traçado da Fiol 3. Para ele, o Evtea (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) da ferrovia cria certos entraves em suas modificações. Contudo, a mudança é vista com bons olhos pelo governo.

“O estudo de viabilidade da Fiol foi feito há mais de 10 anos. Nele, havia uma série de condicionantes que amarraram o traçado. A Fiol 3 termina em Figueirópolis e acho essa preocupação colocada pelo Edeon muito adequada”, afirmou.

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