Em entrevista concedida ao Estadão no dia 09/08, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ressalta que sua prioridade é que a ferrovia Ferrogrão, maior projeto ferroviário do Brasil, seja um modelo de sustentabilidade e um exemplo em licenciamento ambiental. Tarcísio ainda diz que ele não iria apostar em uma ferrovia que não tenha interessados e não seja viável.
A Ferrogrão possui 933 km, e ligará Sinop, no estado do Mato Grosso, a Miritituba, no estado do Pará, com um traçado paralelo à BR-163. De acordo com Tarcísio, o leilão da Ferrogrão poderá ser seu “maior legado”. O leilão está previsto para o 2º semestre deste ano. O projeto está em avaliação pelo TCU (Tribunal de Contas da União) desde 10 de julho de 2020.
A construção da ferrovia é alvo de críticas por políticos, ambientalistas e comunidades tradicionais e enfrenta resistência por causa dos possíveis impactos socioambientais. Um grupo com cerca de 40 entidades tenta barrar os mecanismos de financiamento da Ferrogrão.
O ministro da Infraestrutura ressalta também que há empresas interessadas, o projeto da ferrovia é absolutamente viável e será um exemplo em licenciamento ambiental. Na entrevista Tarcísio ainda disse que os povos indígenas serão ouvidos, bem como todos os interessados. Essa ferrovia será um modelo de sustentabilidade, essa é a minha prioridade, afirmou Freitas.
De acordo com o ministro, o governo já tem “o que é mais difícil em qualquer empreendimento, que é o investidor interessado”. Segundo ele, a viabilidade ambiental será “confirmada naturalmente”. Tarcísio destaca que estão falando de uma ferrovia que terá selo verde, um modal sem emissões, que será erguido ao lado de uma rodovia em área já desmatada. Isso significa menos acidentes em estradas e zero emissões de gases. Tarcísio já disse em outras ocasiões que é preciso afastar “narrativa errada” sobre o meio ambiente no Brasil. Segundo Tarcísio, o governo trabalha para “demonstrar que é possível conciliar sustentabilidade e provisão da infraestrutura.